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HIV e Gravidez

Em função do dia 1 de dezembro, o núcleo das obstetrizes traz algumas questões que são dúvidas frequentes sobre HIV e gravidez.

O que muda na vida de uma mulher que tem HIV e está gestante?

Das infecções sexualmente transmissíveis o HIV é a mais carregada de tabus e quando falamos de HIV e gestação (que também é cheia de tabus), vira tabu ao quadrado!

Estima-se que 0,4% das gestantes brasileiras sejam soropositivas e é importante entendermos como se dá a transmissão vertical, ou seja, mãe passando o vírus para o feto/bebê, para podermos colocar em prática as medidas de prevenção e tratamento, a fim de evitar que esses aproximados 12.635 bebês/ano sejam portadores do vírus.

Como conseguimos isso?

Em primeiro lugar entendo em que momentos da gestação, parto e pós parto o bebê pode ser infectado. São eles:

Intraútero- aproximadamente 35% dos casos de transmissão (principalmente no 3 trimestre)
Trabalho de parto e parto- 65% dos casos
Amamentação- Risco adicional. Em cada exposição da criança ao seio, o risco de contágio é de 7% e 22%.

Quais são os medicamentos que a gestante usa durante a gestação? O que pode ser feito?

O mais importante é tratar a mulher gestante, pela própria saúde dela obviamente, e para evitar a transmissão vertical. Quanto menor for a carga viral dessa mulher, menores as chances do feto ser afetado. Também vai variar o tipo de vírus, estado imunológico, presença de outras IST, tempo de uso dos retrovirais, estado nutricional, uso de drogas entre outros.

O uso de antirretrovirais combinados (promovendo a queda da carga viral materna para menos que 1.000 cópias/ml ao final da gestação) e o uso de quimioprolaxia (com o AZT) durante o parto e no recém-nascido asseguram os bons resultados.

Quais são as opções de parto para mulheres portadoras de HIV?

Sobre o parto em si, se não fizermos nada, a taxa de transmissão é estimada em 25,5%, porém com as intervenções preventivas essa taxa cai para 1 a 2%, por isso é importante que a mulher seja acompanhada por serviço especializado para poder ser decidido qual a melhor via de nascimento.

A cesariana é muitas vezes a via de escolha, para evitar a exposição do feto tanto durante uma possível ruptura de bolsa no parto normal, quanto pela passagem do canal de parto em si, mas não é a única opção. É possível o parto normal desde que a mulher esteja com a carga viral baixa e controlada.

*É possível amamentar?*

Como dissemos acima, a amamentação não é possível nos casos de HIV pois são muitas vezes ao dia que o bebê é exposto e aumenta-se muito a chance de contágio. É importante entendermos que o leite materno é feito a partir do sangue da mãe, portanto tudo que estiver no sangue, estará no leite. Por esse mesmo motivo, é muito importante nunca fazer amamentação cruzada, ou seja, uma mulher amamentar o filho de outra.

Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Gestação de alto risco: manual técnico / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 5. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012. 302 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

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